quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Porque o meu desperdício não tem que ser o teu consolo...


Hoje saí “de fininho” pela porta dos fundos...

A rede que nos separa nestes dois lados, não me torna insensível, não me impede de aperceber do movimento das vozes, dos gritos, do riso, do choro, do brincar das crianças, do encontro e passagem dos mais velhos, do grunhir dos porcos, do piar das galinhas, das conversas, do cheiro das queimadas, da música nas noites quentes, do movimento das gentes, da vida vivida por ali...

Afinal é só mesmo uma rede que nos separa e não é ela que me impede de questionar a “cor da minha fé”... Não é ela que me impede de conhecer e querer ter perto quem vive lado a lado, quem dorme sobre o mesmo tecto e partilha o mesmo nascer e o mesmo pôr-do-sol mas a quem injustamente, a legitimidade de uma vida digna lhe foi roubada...

Brindaste-me com um sorriso quando quebrei essa separação para te dar a mão e deixar-te pouco mais que isso...

Voltei com a consciência inquieta... É duro aceitar esta realidade injusta... Porque o meu desperdício, não tem que ser o teu consolo...


1 comentário:

  1. A consciência fica tão inquieta ... e o coração voa com ela. As perguntas surgem e as respostas ficam ausentes ...

    Abraço-te*

    Sofia.

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