segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Luanda, 9 de Dezembro de 2013

“Às vezes, tenho medo de estar a criar uma distância insuperável entre mim e as pessoas que me são queridas. O perigo não é a distância física, os milhares de quilómetros que muitas vezes nos separam, o perigo é deixarmos de nos entender.
Mesmo ausentes, continuamos a existir em todos os momentos.
Calculo a diferença horária e lembro-me das pessoas que me são queridas, telefono à minha família, mas os lugares onde estou, aquilo que ouço e aprendo é muito diferente dos lugares onde eles estão, daquilo que ouvem e aprendem. A experiência que temos do mundo diverge cada vez mais. Utilizamos palavras, são as mesmas, mas têm significados diferentes.”

José Luís peixoto in Dentro do Segredo

Não que vista estas palavras...
Não que as sinta desta forma...
Mas a segurança insegura da linha invisível entre nós e aqueles que precisamos...
Dá-me que pensar...
Deixa-me aquele aperto...
Grita num bater forte...
E às vezes é só esse bater forte que consigo escutar em mim...
É só esse som...
É só esse ruído...
É só esse pulsar que vibra por todo o meu corpo...
Que estremece e entra sem bater à porta, sem pedir licença..
e depois de ter entrado se apelida de saudade...
Talvez sejam os 4 meses da distância.... Talvez...
Mas a verdade...
a verdade é que não as visto, mas tenho medo....
medo que algum dia me sirvam....

Rita


1 comentário:

  1. Obrigada ... pelo tanto, pelo tudo e por me recordares do para sempre!
    Abraço-te apertado*
    Sofia.

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